quarta-feira, 28 de setembro de 2011

O CASAMENTO DA VIRGEM

LÍVIA RIBEIRO LOUREIRO



Tela de Rafael Sanzio.
Está na Pinacoteca de Brera, em Milão, na Itália.

Esse painel fora encomendado pela família Albizzini para a capela de São Jose, na igreja de São Francisco das Minorias na “Cittá di Castello”, posteriormente, após varias transações, entre oficiais napoleônicos e negociadores de artes, fora adquirida pela Academia de Finas Artes, em Brera no século XIX. Rafael se inspirou grandemente na obra de seu mestre Perugino, “Esponsais da Virgem”, e de certo modo nos padrões de Alberti, para a idealização e realização desta obra.
Observamos na obra, o imponente templo bramantino – semelhante ao templo de São Pedro no Montório, construído por Bramante – coincidindo com o centro ideal, denominado doravante por ponto de fuga, pelo qual atravessa uma linha horizontal que separa o plano de fundo do plano frontal, e juntamente com as rotas de fuga facilmente perceptíveis, permite a livre disposição das figuras menores e as maiores, as quais representam o elenco do matrimônio. Nesse plano, José coloca o anel na mão da Virgem, arbitrado por um sacerdote que conduz a solenidade, em sua mão esquerda, ele segura um a espécie de cajado com flores na haste, o que segundo muitos especialistas demonstra a sua divindade e unicidade, pois os demais cajados permanecem não florescidos. Alguns dos “súditos” que acompanham José permanecem sérios, enquanto um deles quebra o seu cajado, como num momento de fúria.
È de fácil percepção algumas das características peculiares do momento renascentista, como a representação de momentos cristãos, além de características estilísticas de Rafael nessa obra, dentre elas a utilização primordial das três cores primarias – o vermelho, o azul e o amarelo – para a composição das vestes das personagens e do fundo. A cor predominante é o dourado, compondo o templo e o pavimento, no qual as figuras do primeiro plano estão, a partir do anel de José, dispostas igualitariamente de cada lado – algumas dessas personagens inclusive com características andrógenas – e as figuras do segundo plano, conforme se aproximam do ponto de fuga se tornam menores, dando a impressão de distancia real. A porta ao fundo do templo, aberta, e exibindo o fundo azul – fundo esse que utiliza com primor a técnica do “sfumato” de Da Vinci – possibilita a compreensão de uma passagem de fundo que de certa forma justifica a construção de um espaço, intentada por Rafael.
Por fim, observamos algumas das características de Rafael na pintura, como a “triangularização” entre a Virgem, o Sacerdote e José, entendida nesse período como um simbolismo da “santíssima trindade”, além disso, observamos a leveza do traço de Rafael, compondo figuras relativamente jovens e bastante expressivas, e com movimento, isso aliado ao livre dialogo entre luz e sombra proposto por Rafael permite a composição do volume e textura das personagens e dos objetos na pintura. Ademais, Rafael assina a obra no topo do templo



Um comentário:

  1. LÍVIA
    POR FAVOR, USE SUAS PALAVRAS E CITE AS FONTES PESQUISADAS, COMO POR EXEMPLO: http://poucochato.blogspot.com/2008/02/o-casamento-da-virgem-1504.html

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