quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Michelangelo di Ludodrico Buonarroti Simoni (1475 – 1564)

 Márcia Helena Tavares Forneli

Nasceu em 6 de Março de 1475, em Caprese província florentina. Filho de Lodovico di Lionardo Buonarroti Simoni e Francesca di Neri di Miniato Del Sera. Sua mãe morreu quando tinha 6 anos, família de 5 irmãos, Michelangelo foi entregue aos cuidados de uma ama de leite cujo marido era cortador de mármore, ele atribuiu esse fato à sua vocação de escultor.
Na escola fazia exercícios com desenhos não se interessando com as outras matérias, seu pai seus irmãos espancavam-o, pois era vergonhoso ter um artista na família, ainda mais na família de velha e aristocrática linhagem florentina, por algum tempo foi ofuscado mais aos 13 anos o seu talento não pode mais ser impedido e ingressa como aprendiz de Domenico Ghirlandario mestre em pintura.
Seu aprendizado é breve cerca de um ano, se irrita com a lentidão e também achava a pintura uma arte limitada, o que lhe atrai é a expressão ampla e monumental. Outros comentários também foram levantados de que os seus trabalhos eram muito bons e que o professor enciumado tenha afastado o aluno.
Michelangelo entra para a escola de mecenas Lourenço, riquíssimo banqueiro e protetor das artes de Florença. O artista tem grande oportunidade e está em pleno ambiente físico e cultural do Renascimento italiano e aderindo-se plenamente a esse mundo. Ele produz “O Combate dos Centauros” baixo relevo de tema mitológico, sente-se não um artista italiano e sim um escultor grego de verdade. Em seu primeiro trabalho na pedra, com seus frisos de adolescente atlético reinam a força e a beleza, como divindades do Olimpo.
Possui um temperamento irônico e era impaciente com seus colegas, um dia ao ridicularizar o trabalho de um companheiro “Torrigiono Dei Torrigiani” lhe deu um golpe tão violento no rosto que lhe achatou o nariz, a marca dessa agressão lhe deixaram cicatrizes para sempre.
Em 1490 Michelangelo tem 15 anos. O monge Scnonavola faz algumas profecias: que Deus em breve mandaria a sua ira sobre a Terra, isso deixa o artista muito atemorizado, passando noites sem dormir e tem sonhos terríveis. Lourenço, morre em 1492 e Michelangelo deixa o palácio e foge para a Veneza, lá se esquece das profecias que o pertubava e se acalma.
Na primavera seguinte, passa por Florença e esculpe o “Culpido Adormecido” obra pagã que está em um lugar carregado de fervor religioso. Vai a Roma onde esculpe “Baco Bêbado” Adônis morrendo, em 1498 esculpe a “Pietá” onde uma melancolia indescritível envolve a figura bela e clássica.
A tristeza estava instalada em Michelangelo. Na primavera de 1501, volta para Florença. Nesse mesmo ano, foram realizadas as suas obras mais maduras até então. Um gigantesco bloco de mármore estava abandonado há 40 anos no recinto pertencente à catedral da cidade, o escultor Duccio, que nele talhava a figura de um profeta falece repentinamente e o mármore fica a espera de Michelangelo e o resultado foi maravilhoso “Davi” símbolo de sua luta contra o destino e resolvem coloca- ló na praça central em Florença, defronte ao Palácio da Senhora, a cidade fica chocada com a nudez da figura.
Ele também na mesma época faz sua primeira pintura “É a da Sagrada Família” e até mesmo com os pinceis ele não deixa de ser escultor.
Em 1505 foi chamado a Roma pelo Papa Júlio II ele queria que fosse feito uma tumba monumental, e durante o tempo que Michelangelo meditava sobre o esquema da obra e selecionava mármores que nela seria usados, eis que surgi a inveja de Bramante de Urbino, arquiteto de Júlio II que muitas vezes fora insultado por Michelangelo e consegue fazer com que o Papa mude de idéia e suspende tudo. Michelangelo ficou humilhado e cheio de dívidas.
Assim sendo parte de Roma o artista Michelangelo deixando o caminho livre para Bramante, achando- se vitorioso no dia seguinte começa a edificação da praça. Mas o Júlio II quer o mestre de volta que reluta em voltar mas acaba cedendo, mas recebe uma nova missão executar uma estátua de bronze para ser erguida em Bolonha. O artista faz protestos por não entender nada de fundição mas não adianta e começa um árduo trabalho, Michelangelo mal tinha tempo de comer, em trabalho desgastante que não compensou, a estátua foi erguida em fevereiro de 1508 e em dezembro de 1511 foi destruído por uma facção política inimiga do papa.
De volta a Roma novamente deve responder a novos caprichos de Júlio II decorar a Capela Sistina, Michelangelo mesmo não tendo experiência em técnicas do afresco não conseguiu ser dispensado desta missão, o papa Júlio II continuava sendo influenciado por Bramante que queria acabar com a carreira de Michelangelo.
O artista acaba cedendo mais um a vez, e aceita a insólita e extravagante incumbência, no dia 10 de Maio de 1508, começa a grande obra, faz suas exigências e resolve não pintar apenas a cúpula da capela mas também suas paredes. É a fase de Michelangelo herói, mas muito difícil, o trabalho avança muito lentamente, sua situação financeira é péssima pois durante mais de um ano, o papa não lhe paga um cêntimo sequer, sua família o atormenta com constante pedidos de dinheiro, a problemas com as paredes onde fazia derreter as primeiras figuras que esboçava e o papa Júlio II pertubava o artista constantimente fazendo-o perder a concentração, irritado com a demora Júlio II faz ameaças e até chega a agredir o artista com golpe de bengala, Michelangelo tenta fugir de Roma mas o papa pede desculpa e faz com que lhe seja entregue por fim a soma de 100 ducados e assim retoma a tarefa.
No dia de Finados de 1512, a decoração estava pronta, todo o Antigo Testamento está aí retratado em centenas de figuras e imagens dramáticas, de incomparável vigor e originalidade de concepção o corpo vigoroso de Deus retorcido e retesado no alto supremo da criação do Universo, Adão que recebe do Senhor o toque vivificado de sua mão estendida, tocando os dedos ainda inertes do primeiro homem. Adão e Eva expulsos do Paraíso a embriaguez de Noé e o Dilúvio Universal, os episódios bíblicos da história do povo hebreu e os profetas que anunciavam o Messias.
Visões de um esplendor nunca dantes sonhado, imagens de beleza e genialidade momentos supremos do poder do criador do homem. No olhar de Júlio II naquele dia de Finados de 1512 já se prenunciavam os olhares de milhões de que ao longo dos séculos e vindas de todas as regiões, de todas as ideologias políticas, se deslumbrarão diante da mais célebre obra de arte do mundo ocidental. Vencedor e vencido Michelangelo regressa a Florença, vivendo em retiro com as forças minadas pelo prolongado trabalho, a vista fora especialmente afetada o Mestre repousa.
Mas o repouso dura pouco, inquieto volta a entregar- se ao projeto de que jamais deixará de amar: o túmulo monumental
de Júlio II. O papa morto em fevereiro de 1513, o artista assina um contrato se comprometendo em executar a obra em sete anos, isto é 32 grandes estátuas. Uma logo fica pronto é o “Moisés” considerada a sua mais perfeita obra em escultura, também  “Os Escravos” que se acha no Museu de Louvre.
O novo Papa Leão X decide emular seu antecessor como Protetor das Artes e chama Michelangelo e oferece- lhe a    edificação da fachada da Igreja de São Lourenço em Florença, o artista estimulado por sua rivalidade com Raffaelo que se aproveitou da sua ausência e da morte de Bramante para tornar-se soberano na arte em Roma, aceita o convite, sabendo que teria que suspender o trabalho relacionado com a tumba de Júlio II, mas o papa Leão X voltou a trás e anulou o contrato com o artista.
Só com o sucessor de Leão X, o Papa Clemente VII, Michelangelo encontra novamente um mecenas que o incita a trabalhar arduamente, deverá construir a Capela e a tumba dos Médicis, sendo- lhe paga uma pensão mensal três vezes superior à que o artista exigira, mas sua tranqüilidade durará pouco em 1527, a guerra eclode em Florença e Michelangelo depois de ajudar a projetar as defesas da cidade, prefere fugir, exilando- se em Veneza. Quando se restabelece a paz Clemente VII fiel a seu nome perdoa- lhe os “desvarios” políticos e o estimula a voltar ao trabalho da Capela dos Medicis. Com furor e desespero Michelangelo dedica- se à obra, uma a uma emergem de suas mãos miraculosas as alegorias da Ação do pensamento e as quatro estátuas da base. O Dia, A Noite, A Aurora e o Crespúsculo, terminadas em 1531, toda a armagura de suas desilusões, a angustias dos dias perdidos e das esperanças anunciadas, toda a melancolia e toda o pessimismo refletem-se nessas obras magníficas e sombrias.
Clemente VII morre em 1534 e Michelangelo odiado pelo Duque Alexandre de Medícis abandona mais uma vez Florença, agora seu exílio é em Roma, nunca mais seus olhos contemplarão a cidade que tanto amou. Vinte e um anos haviam passado desde sua última estada em Roma, nesse período, produziu três estatuas monumentos inacabado de Júlio II, sete estátuas inacabadas do monumento inacabado dos Medícis e a fachada inacabada da Igreja de São Lourenço, o Cristo inacabado da Igreja de Santa Maria sobre Minerva e um Apolo inacabado para Baccio Valori.
Nesses vinte e um anos, perdeu a saúde, a energia, a fé na arte e na pátria. Nada parecia mantê-lo vivo: nem a criação, nem a ambição, nem a esperança, Michelangelo tem 60 anos e um desejo: MORRER.
Eis que surge um novo alento a amizade com Tommasodei Cavalieri e com a Marquesa Vitória Colonna, afastando- o do tormento e da solidão, permite- lhe aceitar a oferta de Paulo II, que o nomeia arquiteto- chefe escultural e pintor do palácio apostólico. De 1536 à 1541, Michelangelo pinta os afresco do juízo Universal na Capela Sistina. Nada melhor que suas próprias idéias sobre pintura para definir essa obra e o homem que a criou. “A boa pintura aproxima-se de Deus e uni- se a Ele... Não é mais do que uma cópia das suas perfeições, uma sombra do seu pincel, sua música, sua melodia... Por isso não basta que o pintor seja um grande e hábil mestre de seu ofício. Penso ser mais importante a pureza e a santidade de sua vida tanto quanto possível, a fim de que o Espírito Santo guie seus pensamentos...”
Terminando os afrescos da Sistina Michelangelo crê enfim poder enfim terminar o monumento de Júlio II, mas o Papa insaciável exige que o ancião  de 70 anos pinte os afrescos da Capela Paulina. A crucificação de São Pedro e a Conversão de São Paulo, concluídas em 1550, foram suas ultimas pinturas. Durante todo esse tempo, os herdeiros do Papa Júlio II não cessavam de perseguir o artista pelo não cumprimento dos vários contratos por ele assinados para o término da obra. O quinto contrato seria cumprido. Em janeiro de 1545, inaugurava- se o monumento, o que restará do plano primitivo? Apenas o Moisés, no início um detalhe do projeto, agora o centro do monumento executado, de qualquer forma Michelangelo estava livre do pesadelo de toda a sua vida.
Os últimos anos do mestre ainda foram fecundos, embora numa atividade diferente: a arquitetura. Dedicou- se ao projeto de São Pedro , tarefa que lhe custou exaustivos esforços devido às intrigas que lhes tramaram seus acirrados inimigos. Projetou também o Capitólio onde se reúne o senado italiano e a Igreja de São João dos Florentinos.
Ainda encontra energia para esculpir.
Renegando cada vez mais o mundo, Michelangelo busca uma união mística com o Cristo. Sua criação como a de Botticelli no final da vida é todo voltado para as cenas da Paixão.
Aos 88 anos de idade ele elabora penosa e amorosamente uma Pietá, até que a doença o acorrenta em definitivo ao leito, onde com absoluta lucidez dita um testemunho comovente, pedindo “regressar pelo menos já morto” à sua adorada e inesquecível Florença, em 18 de fevereiro de 1564  doando sua alma à Deus e o seu corpo à Terra morre Michelangelo  di Ludodrico Buonarroti Simoni.

Um comentário:

  1. MÁRCIA

    PARA SER UM ARTIGO É PRECISO QUE SEJA ESCRITO COM AS SUAS PALAVRAS, TENHA A SUA OPINIÃO E APRESENTE A BIBLIOGRAFIA PESQUISADA.

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