RAÍSSA HELENA DE OLIVEIRA JARETA
Foi em 1606, no início do século XVII, século este onde se desenrolou o período Barroco, que nasceu um de seus mais expressivos representantes, o pintor e gravador Rembrandt Harrnenszoon Van Rijn. Desde muito jovem, o garoto holandês mostrou interesse pela pintura, e com quinze anos passou a estudar na Universidade de Leiden, a qual teve de deixar meses depois, porém seu professor Jacob van Swannenburgh (com quem aprendeu as regras básicas da pintura, como preparo de tintas, disciplina no desenho, e as teorias sobre perspectiva, tornando-se até melhor que seu mestre, mas não original), não o deixou parar com a pintura. Aconselhado pelo professor, Rembrandt vai para Amsterdã em 1623, onde conheceu o primeiro influenciador de sua arte, Pieter Lastman, o qual desenvolveu no aluno o gosto pelos efeitos dramáticos e violentos, o amor pela representação de enfeites, jóias e tecidos (características tipicamente Barrocas).
Dois anos depois, com apenas dezenove anos, Rembrandt monta seu estúdio e logo começa a receber diversas encomendas, as quais aumentaram substancialmente mais após o feitio de um de seus quadros mais famosos, “A lição de Anatomia do Dr. Tulp” (quadro em que retrata a dissecação dos tendões que flexionam a mão, possivelmente com a intenção de destacar a importância da mão, tanto para o cirurgião quanto para o próprio artista), com o qual ganhou fama e prestígio social. Genuíno representante Barroco, retratou pessoas no estilo naturalista (corpos expressivos, com emoções e sentimentos à mostra, preocupado em reproduzir a dramaticidade acentuada pela luz e sombra (técnica emprestada do “tenebrismo” de Caravaggio, primeiro grande pintor barroco), as formas e as cores como as via na vida real; a Bíblia foi fonte de inspiração para muitas pinturas suas também (arte “publicitária” para a Igreja, apesar de não se saber ao certo se o pintor era de fato religioso ou era apenas influenciado por alguns conhecido judeus). Rembrandt recorreu principalmente às histórias do Antigo Testamento, que retratou de maneira convincente, como se fossem cenas históricas, permeadas de detalhes simbólicos significativos.
Sua obra mais famosa, “A Ronda Noturna”, datada de 1642, mostra a guarda cívica de Amsterdã, pois na época existia uma forte tendência em torno dessas pinturas de milícias na cidade.
Retratou inclusive, temas diversos como auto-retratos que registram toda sua vida artística, onde há uma honestidade não apenas empenhada em examinar a realidade da aparência física, mas uma ausência de vaidade; representou a flor tipicamente holandesa, de maneira variada, com riscas coloridas, a qual ficou conhecida como “Tulipa de Rembrandt”; o cotidiano urbano e o cotidiano doméstico que o cercava. Quando não se tratava de encomendas de retratos, Rembrandt precisava de inspiração para as figuras de suas pinturas. Muitas das cenas bíblicas e mitológicas podem ter saído de sua imaginação, mas para os detalhes, precisava de modelos vivos. Então, os parentes e amigos eram muitas vezes convidados a posar, trajando costumes de época, em seu estúdio. Sua obra apresenta inclusive, influência do Classicismo, inspirado em trabalhos de Ticiano. E por vezes, este grande artista se utilizou de uma combinação de superfícies lisas e suaves (para camadas transparentes), e empastamento (pincelada grossa e destacada), dando um ar “moderno” já a alguns de seus quadros.
Hoje, Rembrandt é de fato reconhecido como um dos maiores pintores da história da arte, reconhecido também pela técnica do desenho e da gravura e excepcional intérprete da natureza humana, onde sua influência no trabalho dos artistas que surgiriam, foi bastante profunda. O obsessivo exame de si mesmo, adotado pelo pintor em sua série de auto-retratos, contribuiu demasiado para que se formasse a visão do artista como um investigador introspectivo da alma, bem como um retratista do mundo, um contador de histórias.
Resolvi escrever sobre Rembrandt pois é um do pintores por mim muito admirado, desde mais novinha, quando cedo também me despertei para o mundo das Artes. Foi ele um gênio que se destacou dentre seus contemporâneos, pela facilidade em retratar com supremacia os movimentos e sentimentos humanos. Pelas suas escolhas ecléticas para usar como temas de sua arte, foi mestre inspirador de vários outros jovens artistas remanescentes, e admirado e reconhecido por outros mestres.
Que seu nome se perpetue no tempo e na história, pois toda a arte que produziu faz juz a isso.
Para os dados no artigo apresentados, me baseei nas anotações feitas durante as aulas de Estética e Histórias das Artes e também nas seguintes BIBLIOGRAFIAS:
* livro: "Rembrandt: A vida de um retratista", da coleção "Grandes Artistas";
*internet: http://www.rembrandtpainting.net/rembrandt_van_rijn_legend_and_man.htm; http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=500