Aluno: José Thomas Andrade Del Bianco
O período gótico desenvolve-se na Idade Média, iniciando em meados do século XII e estendendo-se até as primeiras décadas do século XIV. Nascido na Île-de-France, as suas primeiras manifestações se deram na arquitetura, sobretudo na construção de catedrais, a exemplo da reconstrução da abadia de Saint-Denis, na França, por volta de 1140, sob a orientação do abade Suger. Com o tempo, o estilo gótico acabou abrangendo diversas formas de manifestações artísticas (pintura, escultura, iluminura, objetos sagrados, tapeçarias, etc.) e foi se espalhando por toda a Europa.
O nascimento da arte gótica está ligado à expansão ocidental e a afirmação do poder real. Entre os séculos XII e XIV ocorrem diversas transformações na Europa, entre elas a ascensão de novas categorias sociais dedicadas ao artesanato e ao comércio, a consolidação do poder do rei nos estados da França e da Inglaterra, o crescimento das cidades, as universidades com focos essenciais de ensino e atividade intelectual. Enfim, foi um período de grande prosperidade econômica.
A Idade Média foi fortemente marcada pelo desenvolvimento da religião, que espalhava crenças e valores as pessoas. No período gótico, o cristianismo já estava bastante difundido na Europa. A igreja, vendo que grande parte dos seus fiéis encontrava-se nas cidades, projeta amplos espaços de culto, as chamadas catedrais. Estas, embaladas pela construção religiosa gótica, são grandiosas, símbolo do poder aquisitivo da burguesia e do Estado.
A rigor, não se pode falar da existência de uma arquitetura essencialmente gótica no Brasil. À época dos descobrimentos, o estilo arquitetônico iniciado na França com o declínio do sistema feudal, e que dominou especialmente as construções dos templos religiosos a partir do século XII, já havia sido substituído pelo renascentista. No entanto, no século XIX, algumas construções brasileiras foram erguidas em estilo “neo-gótico”, congregando algumas características do gótico medieval em contraste com os estilos clássicos dominantes na época. Entre os exemplares desse estilo arquitetônico no Brasil, destacam-se a catedral de Petrópolis e a catedral da Sé, em São Paulo, e edifícios como o Palácio da Ilha Fiscal e o Real Gabinete Português de Leitura, no Rio de Janeiro.
Do ponto de vista material, a construção gótica, de modo geral, se diferenciou pela elevação e desmaterialização das paredes, assim como pela especial distribuição da luz no espaço. Tudo isso foi possível graças a duas das inovações arquitetônicas mais importantes desse período: o arco em ponta, responsável pela elevação vertical do edifício, e a abóbada cruzada, que veio permitir a cobertura de espaços quadrados, curvos ou irregulares. No entanto, ainda considera-se o arco de ogiva como a característica marcante deste estilo.
Características gerais
Verticalismo dos edifícios substitui o horizontalismo do Românico;
Paredes mais leves e finas;
Contrafortes em menor número;
Janelas predominantes;
Torres ornadas por rosáceas;
Utilização do arco de volta quebrada;
Consolidação dos arcos feita por abóbadas de arcos cruzados ou de ogivas;
Nas torres (principalmente nas torres sineiras) os telhados são em forma de pirâmide.
Podemos inferir que a Igreja Nossa Senhora Aparecida apresenta muitas caracteristicas do estilo gótico por apresentar abóbadas amplas e altas, sustentadas por pilastras ou colunas. Vitrais e torres ornadas por rosáceas tomam o lugar de densas paredes. Também foi construída usando o verticalismo. Com a modernidade e o descuido com relação aos patrimônios culturais de Franca a pintura é refeita quando se faz necessário sem o cuidado de preservar a cor original da época em que foi construída. Passaremos a seguir a colocar alguns dados da criação da Igreja Nossa Senhora da Aparecida.
O SANTUÁRIO NOSSA SENHORA APARECIDA,
1. Edificação da igreja
Havia pleno matagal quando se pensou na ereção desta igreja, onde já se encontrava também uma pequena ermida dedicada à mesma Santa, pelo ex- escravo e devoto Manoel Valim.
No alto de uma das colinas de Franca, do lado nordeste, ergue-se o Santuário de Nossa Senhora Aparecida, dos Padres Agostinianos Recoletos, com sua igreja ao centro abençoando nossa cidade. Desde 25 de janeiro de 1925, Frei Gregório Gil das Mercês, virtuoso sacerdote agostiniano, lançava a pedra fundamental para ser erguida a Igreja Nossa Senhora Aparecida.
Frei Gregório Gil começou então a providenciar a edificação da igreja, junto ao senhor Antonio Miglioranza, profissional já conhecido pelos trabalhos executados.
Em maio de 1925 encontrava-se terminada em seu interior, faltando apenas o serviço de acabamento externo.
As características da igreja são as seguintes: 27 metros de comprimento por 10 de largura.
Na fachada elevam-se duas torres, três janelas na altura do coro e quatro colocados ao lado da porta, das quais proporcionam a necessária iluminação e ventilação. As paredes laterais são adornadas com quatro janelas góticas de cada lado. O recinto é dividido em três naves por meio de oito colunas sobre as quais se assentam as orgivas. Na altura do presbitério localizam-se duas pequenas capelas, a da esquerda dedicada à Nossa Senhora Auxiliadora e a da direita a São José. Como elementos decorativos sobressaem os dois vitais de grandes proporções colocados nas capelas acima dos altares.
No altar-mor o nicho e central e ocupado pela imagem da padroeira. Nas laterais ficam as imagens de São Geraldo e Santo Agostinho. A sacristia está localizada à direita do presbitério, à esquerda fica uma sala para a guarda de ex-voto, em cujo centro ergue-se um chafariz com água corrente.
Em 1928 o mais antigo dos sinos, que ainda hoje lança seus sons festivos para comemorar as grandes datas e convocar os fiéis para os atos do culto, recebeu a benção litúrgica.
Em 1938 os pintores Alberto Ferrante e Agostinho Ferrante decoraram internamente a Igreja Nossa senhora Aparecida, com motivos relacionados à Ordem agostiniana.
Em 1956 foi feita uma ampliação da igreja no sentido do comprimento, conservando as características da construção original.
JOSÉ TOMAS
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