Fernanda Silva Garcia
Quando pensamos em Arquitetura sempre nos reportamos à grandes obras, edifícios monumentais, criados por artistas famosos. Pensamos no teatro, no templo, na Igreja, no auditório, no prédio, no museu, na casa.
Quando me foi proposto o trabalho sobre a análise dos elementos arquitetônicos e seus estilos em alguma obra arquitetônica, eu também pensei em uma casa antiga, um patrimônio histórico e cultural que me mostrasse elementos de vários períodos. E para a minha surpresa, durante uma visita ao Cemitério no Dia de Finados, meus olhos se abriram para uma arquitetura e uma arte esquecidas, que passam desapercebidas pela grande maioria das pessoas: a arte funerária.
Desde a civilização egípcia, o culto da morte tem sido difundido e usado por praticamente todas as sociedades. Entre as mais variadas formas, vemos uma valorização do momento da morte, independente de religião, etnia, país.
Hoje, vemos uma busca pela padronização dos cemitérios e sepulturas, buscando a igualdade, simplicidade além de um contato maior com a Natureza, mas ainda vemos cemitérios mais antigos com cada túmulo personalizado pela família, com elementos arquitetônicos trazidos de variados estilos, e a ostentação também fica clara nestes casos. Muitas sociedades veem essa arte como uma forma de recordação e respeito.
Numa visita ao Cemitério Senhor Bom Jesus de Batatais, fundado no séc XIX,vemos sepulturas e capelinhas com estilos bem ecléticos e variados, com uma predominância do estilo neoclássico, nos túmulos mais antigos.
Feitos por marmoristas imigrantes italianos ou vindos da própria Itália, não é difícil nos depararmos com colunas, arcos, frontões, abóbadas e cúpulas, elementos tão característicos do estilo neoclássico, além das inúmeras esculturas com temas mitológicos, serenas nas expressões que demonstram o estilo.
A arte funerária, como podemos ver, se utiliza de muitos elementos da Arquitetura Tradicional e da Arte de uma forma geral, e não teria como ser diferente. Lindas obras feitas para ostentação ou homenagem mas que acabaram ficando perdidas no tempo e espaço para a contemplação nos momentos de dor, tristeza ou saudades. Artistas sem nome e sem rosto que perpetuarama memória daqueles que já se foram. “A arte imortalizada no silêncio”*.
Tema da Mostra “A arte Imortalizada no silêncio” – Porto Alegre
Referências:
http://entretenimento.uol.com.br/album/tempodosanjos_rs2010_album.jhtm
http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/05.060/459
http://www.artefunerariabrasil.com.br
http://www.suapesquisa.chttp://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=382om/barroco/
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